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Por Adhemir Marthins

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quinta-feira, 16 de julho de 2015

A SANTA MISSA (6)



COMO SURGIU O COSTUME DA SANTA MISSA?

                São João conta-nos que Jesus “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (Jo 13,1), sabendo que era hora de partir deste mundo e regressar ao Pai, no decorrer de uma refeição lavou-lhes os pés e deu-lhes o mandamento do amor: “Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34). Então para deixar-lhes uma garantia deste amor e para jamais se afastar dos seus e para os tornar participantes de sua Páscoa instituiu a Eucaristia como renovação de seu Sacrifício na Cruz... Memorial de sua Morte e Ressurreição ordenando aos Apóstolos que a celebrassem até a sua última vinda, “Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de Mim". Do mesmo modo, depois da Ceia, tomou também o cálice, dizendo: "Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de Mim" (I Cor 11, 23-25).
                É muito importante observamos esta palavra, “MEMORIAL”. Quando falamos da Morte e Ressurreição de Jesus, não nos referimos apenas a uma simples lembrança ou repetição do que aconteceu, mas é tornar o fato presente, sem repeti-lo. A Eucaristia torna presente o sacrifício de Cristo no Calvário... Sempre presente. Quando estamos na Missa, aquela Ceia de Jesus com seus Apóstolos está acontecendo de novo. É a mesma Ceia. Mas como pode ser isso, se estamos a dois mil anos de distância daquele momento, daquele fato? De forma racional, pensemos que o tempo não exista. Como nos diz Santo Agostinho: “o passado não existe porque já se foi, não podemos mais tocá-lo ou modificá-lo, o futuro não existe porque ainda não aconteceu, é apenas uma possibilidade e o presente também não existe porque não podemos apreendê-lo, ou seja, pará-lo, cristalizá-lo”. Tudo o que você leu até agora não é mais presente, mas passado. Se imaginarmos que o tempo não existe (eliminemos relógios e calendários que são invenções humanas para organizar o movimento do dia e da noite ou da luz e da escuridão), tudo então é AGORA. Vivemos um eterno AGORA. Portanto, tudo o que aconteceu a dois mil anos atrás conforme a nossa memória, também é AGORA. Mas como esta ação litúrgica acontece dentro do espaço da FÉ, não há como não permitirmos este raciocínio, unindo Fé e Razão.
Desde o princípio a Igreja foi fiel a esta ordem do Senhor. Podemos ver isso no capítulo 2 do livro dos Atos dos Apóstolos, o testemunho diário da celebração do Santo Sacrifício. Eles eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, a união fraterna, a fração do pão e as orações. Todos os dias frequentavam o Templo, como se tivessem uma só alma e partiam o pão em suas casas. Tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração. A Missa então deve ter para nós outra dimensão, já que passamos a conhecê-la “por dentro” a partir de sua verdadeira raiz, onde o Senhor se oferece novamente a nós no sacrifício renovado pelas mãos do Sacerdote em qualquer dia, a qualquer hora, em qualquer tempo... AGORA.

Referências

O Banquete do Cordeiro. Scott Hahn. Editora Cléofas.
As Maravilhas da Santa Missa. Arautos do Evangelho.
Missa Parte por Parte. Padre Luiz Cechinato. Editora Vozes.
Catecismo da Igreja Católica. Edição Típica Vaticana. Edições Loyola

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