Nós católicos temos ( e
se não temos, deveríamos ter) um especial carinho pela Missa. A Missa é como um
lar para nós. No entanto, a maioria dos católicos pode passar a vida inteira
sem ver nada além da superfície de preces memorizadas e chegar à conclusão de
que a Missa é sempre a mesma. Muitos preceitualmente estão lá de corpo
presente, mas distantes e na superfície do Mistério celebrado. Muito poucos
vislumbram o poderoso “drama sobrenatural” do qual participam todos os
domingos. São João Paulo II chamou a Missa de “Céu na Terra”, explicando que a
liturgia que celebramos na terra é uma misteriosa participação na liturgia
celeste.
“Eis
que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei
em sua casa e cearei com ele, e ele comigo... Depois disso, tive uma visão:
havia uma porta aberta no céu...” (Ap 3,20; 4,1)
Realmente vamos para o céu quando participamos da Missa,
e isso é verdade de toda Missa da qual participamos, independentemente da
qualidade da música ou do fervor da pregação. Esta não é uma questão de
aprender a “olhar para o lado bom” de
liturgias desleixadas. Isto não é sobre o desenvolvimento de uma atitude mais
caridosa para alguns erros evidentes que podem acontecer durante uma
celebração. Isso tudo é sobre algo que é objetivamente verdadeiro, algo tão
real quanto o coração que bate dentro de nós. A Missa – e quero dizer toda
Missa – é o paraíso na Terra. Se ainda não podemos ir ao céu porque estamos “vivos”,
o céu vem até nós na Santa Missa.
Ainda,
a Missa não é um serviço religioso, mas o Santo Sacrifício da Eucaristia, a
Divina Liturgia, não é exatamente, em sua essência, feito pelo homem, de modo
algum. O padre no altar é apenas um “substituto” para o Sumo Sacerdote, para
usar as palavras do ensinamento da Igreja, o padre age “In Persona Christi”, ou
seja, na pessoa de Cristo. Nós não vamos à Missa para receber o corpo e o
sangue do padre, claro, nem poderia dar-se a nós desta forma se o quisesse,
vamos à Missa para um Comunhão com Cristo.
Portanto,
não podemos viver este Mistério em torno de Jesus Cristo, Vivo e Ressuscitado
na Eucaristia e sairmos pela porta da Igreja, e cairmos na dinâmica da tentação
maléfica do inferno. Acabamos de receber o Corpo e o Sangue de Jesus em nosso
Corpo, Templo do Espírito Santo. Tornamo-nos momentaneamente Sacrários vivos
para o Cristo Vivo dentro de nós. Seu Corpo e Sangue em nosso corpo e sangue.
Sua Alma e Divindade em nossa alma, em nossa vida. É preciso estender as
maravilhas do Céu que experimentamos na Santa Missa até nossas casas.
Talvez,
você pense que sua experiência semanal da Missa em sua comunidade é qualquer
coisa, menos celestial. Na verdade, é uma hora desconfortável, repleta às vezes
de barulho, algumas crianças chorando, músicas cantadas altas ou fora do tom,
homilias sem nexo e sinuosas, risos, gente distraída com uma coisa ou outra,
conversas e vizinhos de banco vestidos como se estivessem indo para um jogo de
futebol, uma praia ou um pequenique. Mas ainda insisto... Participar da Missa é
ir para o Céu.
Garanto-vos que esta não é a minha ideia, é a da Igreja.
Também não é uma ideia nova; ela existe desde o dia que João teve sua visão
apocalíptica. No entanto, é uma ideia que não foi acolhida pelos católicos nos
últimos séculos, e eu não consigo entender isso. A maioria de nós admitirá que
queremos “receber mais” da Missa. Bem, nós não recebemos mais do que o próprio
céu. Pense nisso!
Fontes:
Scott Hahn, O Banquete do Cordeiro. Editora Cléofas.
Catecismo da Igreja Católica. Edição Típica Vaticana.
Edições Loyola.
A Missa Parte por Parte. Pe. Luiz Cechinato. Editora
Vozes.
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