A Semana Santa celebra todos os anos
este acontecimento inefável: a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus
Cristo para a salvação da humanidade; para o seu resgate das mãos do
demônio, e a sua transferência para o mundo da luz, para a liberdade dos
filhos de Deus. Estávamos todos cativos do demônio, que no Paraíso
tomou posse da humanidade pelo pecado. E com o pecado veio a morte (Rm
6,23).
Mas agora Jesus nos libertou; “pagou o
preço do nosso Resgate”. Disse São Paulo: “Sepultados com ele no
batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus,
que o ressuscitou dos mortos. Mortos pelos vossos pecados e pela
incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia
com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento
escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o
definitivamente, ao encravá-lo na cruz. Espoliou os principados e
potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz. (Col 2,
12-14)
Quando fomos batizados, aplicou-se a
cada um de nós os efeitos da Morte e Ressurreição de Jesus; a pia
batismal é portanto o túmulo do nosso homem velho e o berço do nosso
homem novo que vive para Deus e sua Justiça. É por isso que na Vigília
Pascal do Sábado Santo renovamos as Promessas do Batismo.
O cristão que entendeu tudo isso celebra
a Semana Santa com grande alegria e recebe muitas graças. Aqueles que
fogem para as praias e os passeios, fazendo apenas um grande feriado; é
porque ainda não entenderam a grandeza da Semana Santa e não
experimentaram ainda suas graças. Ajudemos essas pessoas a conhecerem
tão grande Mistério de Amor.
O
católico convicto celebra com alegria cada função litúrgica do Tríduo
Pascal e da Páscoa. Toda a Quaresma nos prepara para celebrar com as
disposições necessárias a Semana Santa. Ela se inicia com a celebração
da Entrada de Jesus em Jerusalém, o Domingo de Ramos. O povo simples e
fervoroso aclama Jesus como Salvador. O povo grita “Hosana!”,
“Salva-nos!”; Ele é Redentor do homem. Nós também precisamos proclamar
que Ele, e só Ele, é o nosso Salvador (cf. At 4,12).
Na Missa dos Santos Óleos a Igreja
celebra a Instituição do Sacramento da Ordem e a bênção dos santos óleos
do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos. Na Missa do Lava-pés, na
noite da Quinta-feira Santa, a Igreja celebra a Última Ceia de Jesus
com os Apóstolos onde Ele instituiu a Sagrada Eucaristia e deu suas
últimas orientações aos Apóstolos.
Na Sexta-Feira Santa a Igreja guarda o
grande silêncio diante da celebração da morte do seu Senhor. Às três
horas da tarde é celebrada a Paixão e Morte do Senhor. Em seguida, a
Procissão do Senhor Morto por cada um de nós. Cristo não está morto, e
nem morre outra vez, mas celebrar a sua Morte é participar dos frutos da
Redenção.
Na Vigília Pascal a Igreja canta o
“Exultet”, o canto da Páscoa, a celebração da Ressurreição do Senhor que
venceu a morte, a dor, o inferno, o pecado. É o canto da Vitória. “Ó
morte onde está o teu aguilhão?”
A vitória de Cristo é a vitória de cada
um de nós que morreu com Ele no Batismo e ressuscitou para a vida
permanente em Deus; agora e na eternidade.
Celebrar a Semana Santa é celebrar a
vida, a vitória para sempre. É recomeçar uma vida nova, longe do pecado e
em comunhão mais intima com Deus. Diante de um mundo carente de
esperança, que desanima da vida porque não conhece a sua beleza,
celebrar a Semana Santa é fortalecer a esperança que dá a vida. O Papa
Bento XVI disse em sua encíclica “Spe Salvi”, que sem Deus não há
esperança; e sem esperança não há vida.
Esta é a Semana Santa que o mundo precisa celebrar para vencer seus males, suas tristezas, suas desesperanças.
FONTE: http://cleofas.com.br/a-semana-santa/
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