Oito ensinamentos que podemos colher da
passagem de Noé e o Dilúvio.
Quatro capítulos do Gênesis (6-9) narram o
dilúvio bíblico e significa uma expressão do pecado que, a começar com Adão e
Eva vão se alastrando cada vez mais.
Esta narração contém, como se pode notar quando
se lê atentamente, repetições e contradições. Os exegetas (estudiosos da
Bíblia) concluem que a narração é a fusão de dois documentos (fontes Sacerdotal
P e Javista J) conservando cada qual com seus detalhes próprios, sem que o
autor sagrado tivesse a preocupação de harmonizá-los entre si. Isto mostra que
o autor sagrado não estava preocupado com detalhes menores, e visava sim um
sentido mais profundo, uma mensagem religiosa.
Nas tradições dos povos antigos há inúmeras
narrações de dilúvios. Os estudiosos contam mais de 288 histórias antigas de
dilúvio, e todas com uma base comum: há uma grande catástrofe por conta de uma
grande ofensa dos homens contra a divindade. O elemento do castigo que mata os
homens e os animais pode ser a água, o fogo, o terremoto, etc.
Na Babilônia há quatro versões semelhantes de
dilúvio, semelhantes ao da Bíblia. Note que Abraão foi oriundo da Mesopotâmia.
Aos olhos da ciência é certo que não houve um único dilúvio universal, mas muitos
povos guardaram a lembrança de um dilúvio local.
Quando o texto bíblico fala de “terra inteira” e
“todos os homens” não fala em sentido geográfico, mas religioso, hiperbólico
(Gen 41,54.57; Dt 2,25; 2Cr 20,29; At2,5) isto é, o gênero humano para o autor
sagrado se reduzia àqueles que transmitiam os valores religiosos da humanidade.
A mensagem do relato do dilúvio (Gen 6-9)
quer mostrar o seguinte:
1- Deus é santo e puro;
2- Deus é justo; não pode deixar
o mal imperar;
3- Deus é clemente; convida à
conversão antes de corrigir;
4- O dilúvio marca o fim de um
período da história religiosa da humanidade e marca o início de uma nova era; é
como se fosse o início de um novo mundo, onde Deus faz aliança com Noé, o “pai”
da nova humanidade;
5- Noé é uma imagem de Cristo.
Noé salvou a humanidade pelo lenho da arca, Cristo vai salvá-la pelo lenho da
cruz, do dilúvio do pecado.
6- A arca de Noé é uma figura da
Igreja; assim como ninguém sobreviveu fora da arca, ninguém se salva fora da
Igreja. Todos os que se salvam, mesmo que não pertençam à Igreja, se salvam por
meio de Cristo e da Igreja, ainda que não saibam disso;
7- As águas do dilúvio são
figura do Batismo, que pela água dá vida aos fiéis e apaga os pecados;
8- o dilúvio, como nova criação,
prefigura “os novos céus e a nova terra” (2Pe 3,5-7.10) que haverão no fim da
história
Fonte: Curso Bíblico. Prof. Felipe Aquino.
Editora Cleófas.
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